O mês de novembro começou em meio à consulta pública sobre cursos de graduação EaD e terminou com a suspensão, por 90 dias, do processo de autorização de cursos superiores e de credenciamento de instituições de educação superior na modalidade.
Com isso, o debate em torno do Ensino a Distância esteve bastante presente, salientando a complexidade do tema, que envolve diversas camadas sobre a democratização do Ensino Superior, bem como a garantia de sua qualidade.
O Censo da Educação Superior 2022 mostrou o disparo do EAD, opção de mais de 70% dos estudantes que ingressaram na faculdade no ano passado. Além da expansão devido ao cenário pandêmico, o crescimento é atribuído também à demanda por flexibilidade e preços mais baixos, especialmente entre aqueles que não podem arcar com os custos de uma educação presencial, refletindo uma tendência de ampliação de acesso ao ensino superior.
Dados do Enade apontam que o EAD será a primeira graduação para 80% dos estudantes, enquanto a taxa é de 60% para o ensino presencial. A modalidade ainda é a mais escolhida por pessoas acima de 41 anos, que correspondem a 21,6% dos alunos desse formato, e 8,7% na faculdade presencial.
Segundo a Associação Nacional de Universidades Particulares, o ensino a distância é a opção exclusiva de Ensino Superior em 1904 cidades (mais de 63% do total de municípios onde há disponibilidade de Ensino Superior).
Do outro lado, a expansão do EAD no Brasil tem sido acompanhada por preocupações com a qualidade do ensino e a dificuldade em mensurá-la. Críticas ainda incluem falta de rigor no material didático, pouca solidez na regulação, superficialidade do conteúdo e inadequação das avaliações. Além disso, a formação de professores para o EAD ainda é um desafio, pois muitas faculdades preparam os docentes principalmente para a educação presencial.
Mas, apesar das críticas, há um reconhecimento crescente da validade e eficácia do EAD, com opiniões positivas de especialistas que acreditam que, em muitos casos, os resultados dos alunos de EAD são comparáveis ou até superiores aos da educação presencial.
A legislação brasileira atualmente não distingue diplomas EAD de presenciais em termos de empregabilidade. Também há discussões sobre a realização de vestibulares a distância, com avanços em tecnologias de segurança para garantir a integridade dos exames.
Essas discussões refletem o papel crescente e a importância do EAD no sistema educacional brasileiro, bem como os desafios que ainda precisam ser superados para garantir a qualidade e eficácia dessa modalidade de ensino em todo o país.
À medida que exploramos as complexidades e os avanços recentes do Ensino a Distância no Brasil, a voz e perspectiva de quem está no dia a dia do Ensino Superior são essenciais para aprofundarmos nosso entendimento coletivo sobre este tema.
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