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O desafio da evasão nas IES privadas

O dado é preocupante: mais da metade dos estudantes matriculados em instituições de ensino superior (IES) privadas abandonaram a graduação antes de completar dois anos. Números do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) para o ano de 2019 mostram que apenas 42% das matrículas de graduação estavam ativas ao fim do segundo ano em IES pertencentes aos dez maiores grupos de ensino do país. As informações estão compiladas no novo relatório “Expansão da Educação Superior no Brasil: análise das Instituições Privadas”, que pode ser conferido aqui.

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Para o professor da Stanford University e conselheiro da Movva, Guilherme Lichand, o problema da permanência no Ensino Superior reflete as barreiras que a população mais vulnerabilizada tem para conquistar emprego, salários mais altos e mobilidade social. “Essa estatística é dramática, porque 9 em cada 10 desses alunos são de baixa renda, muitas vezes são os primeiros da família a ter a chance de cursar o ensino superior. Para eles, conquistar um diploma seria mudar sua trajetória de vida e de sua família”, analisa.

Os principais motivos associados à alta taxa de evasão nas universidades vão muito além de desafios financeiros e incluem fatores emocionais, como desmotivação e baixa autoestima. “O abandono reflete questões mais profundas e amplas. Na Movva, a gente mapeia esses motivos em jornadas. Para ser bem sucedido o aluno precisa navegar bem pelas jornadas acadêmica, administrativa, financeira e socioemocional”, explica Lichand. “Todas elas são cruciais para chegar até o diploma e problemas em qualquer uma delas vão acabar tirando o aluno desse caminho”, completa.

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