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Psicólogos compartilham experiências de apoio a universitários

De forma ideal, a vida universitária pode ser caracterizada por ser uma fase de aprendizado, autodescoberta e crescimento. Na vida real, entretanto, para muitos estudantes também é um período marcado por dúvidas e desafios estressores tão significativos que podem impactar adversamente o bem estar emocional e a saúde mental. Nesse contexto, as Instituições de Ensino Superior (IES) têm importante papel de apoiar os alunos.

Segundo estudo da Organização Mundial da Saúde, 35% dos universitários de diferentes países apresentam sintomas de ansiedade ou depressão. A incidência entre alunos que fazem parte de maiorias minorizadas, como mulheres, negros e LGBTQIA+, é ainda maior.

Neste Setembro Amarelo, mês dedicado à campanha de prevenção ao suicídio e valorização da vida, a Movva conversou com três psicólogos de instituições parceiras. A ideia é compartilhar com gestores e profissionais do Ensino Superior experiências para apoiar os alunos a lidar com as questões psíquicas e emocionais durante a graduação.

Todos os especialistas ouvidos foram enfáticos na consideração de que identificar o adoecimento mental dos estudantes não é tarefa fácil. Além disso, ressaltaram que o apoio se dá fundamentalmente por meio do fortalecimento das relações interpessoais. Proximidade, confiança e acolhimento são palavras que devem orientar o trabalho com universitários, sobretudo com os mais jovens.

Confira os destaques:

Perspectiva

Em situações de enfrentamento, falta aos alunos a maturidade de lidar com os desafios. Quando vão fazer provas ou testes, apresentam crises de ansiedade gravíssimas. Então promovemos um trabalho de ajuda que inclui as relações familiares, as condições socioeconômicas e a expectativa de vida e de mercado de trabalho. Focamos no desejo e nosso trabalho está despertando neles querer ter metas, ter plano de ação, para que se organizem para fazer desta oportunidade o movimento de realização desse desejo.

Sirlene Cirilo, psicóloga do Colégio CECON Juiz de Fora

Foco nas relações humanas

A qualidade da relação humana que a gente estabelece não pode ser menos importante do que o conteúdo que a gente dá em aula. Porque esse aluno que está passando por um sofrimento psíquico grave só vai se aproximar de alguém na medida em que conseguir confiar. E confiança a gente constrói no dia a dia, não é uma coisa que vai surgir magicamente no contato do professor com os alunos.

Ismael Pereira de Siqueira, professor do Curso de Psicologia e coordenador da Clínica Escola de Psicologia do Centro Universitário Unilavras

Rede de atenção

Não adianta nada eu identificar uma situação pontual de um aluno e não levar isso para meus colegas. [É importante] Fazer essa rede de comunicação, em que a gente consegue colocar ali para todos os colegas, inclusive tutores, poderem visualizar as questões específicas de alguns alunos, que merecem atenção. E os coordenadores têm que ter um papel muito mais ativo, nesse sentido, de relembrar essas situações especiais.

Michelli Godoi, coordenadora do Curso de Psicologia do Centro Universitário Unilavras